Anvisa cria manual de conduta sanitária para navios de cruzeiro

Em 2001, seis navios transportaram 127 mil pessoas; nesta temporada de 2011, espera-se que 886 mil passageiros viajem em 20 navios pela costa brasileira

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – lançou um guia de procedimento destinado a navios de cruzeiro com o intuito de padronizar as exigências sanitárias nos portos brasileiros e facilitar a comunicação no setor. A primeira versão do prontuário foi apresentada em outubro, início de temporada das viagens marítimas, embora agências e operadoras de cruzeiros ainda possam fazer sugestões.

Apresentado durante reunião realizada na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre representantes da Anvisa, do setor portuário e de empresas que operam navios de cruzeiro no Brasil e no exterior, o documento já foi discutido com áreas técnicas do Ministério da Saúde, fiscais da Anvisa e repassados a operadoras de cruzeiros.

Os objetivos são diversos: reforçar a comunicação de risco e medidas de prevenção e proteção; promover vigilância ativa e constante; facilitar a interlocução entre autoridades e, ainda, determinar padrões de detecção e repostas às diferentes complicações que possam surgir a bordo de um navio.

Para Sylvia Lemos Hinrichsen, médica infectologista coordenadora do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência em Infectologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tais medidas se mostram interessantes e altamente necessárias, uma vez que tem se observado inúmeros riscos relativos a processos de produção e monitoramento de qualidade sanitária nos meios de transporte de massa em questão.

  

“É fundamental que haja maior segurança sanitária, especialmente relacionada aos alimentos e sua conservação”, ressalta. “Além disso, o manual promoverá boa conscientização geral – especialmente por parte dos passageiros – para cada risco existente na falta de qualidade e garantia sanitária”.

“Estamos em momento pré-copa, em que haverá, em todo o país, um aumento significativo de viajantes. Sendo assim, ações deste tipo são essenciais para inúmeros segmentos diretamente ligados aos riscos de adoecimento de pessoas e seus possíveis desdobramentos por aí afora. É importante saber que vivemos em mundo globalizado, em que os indivíduos estão em constante movimento; daí a importância de tais medidas preventivas”, finaliza Sylvia.

FONTE:http://infectologia.org.br/publicoleigo/default.asp?site_Acao=&paginaId=14&mNoti_Acao=mostraNoticia&noticiaId=26518